SÍNTESE
Este trabalho descreve a possibilidade de encaracolar fundos não redondos simultaneamente com o corte de matrizes. Para este fim, as modificações necessárias a serem introduzidas no projeto do molde convencional para fabricá-los são detalhadas.
INTRODUÇÃO
Existem duas formas clássicas de fazer o encaracolamento iniciado em fundos rectangulares ou ovais. O mais usual, é fazer o mesmo apenas nos dois lados maiores, passando o fundo através dos dois discos de uma máquina de encaracolar para fundos moldados. Outro mais complexo, é encaracolar todo o contorno, utilizando diferentes sistemas (ferramenta tampão, cabeça de encaracolar, etc). Ambas são sempre operações pós-corte.
Não é fácil obter uma ondulação de boa qualidade em toda a periferia dos fundos rectangulares ou ovais. Especialmente no caso de fundos rectangulares, se o raio dos cantos for pequeno. Há uma clara tendência para a formação de rugas na ondulação, resultando em má qualidade de vedação nestas áreas.
Estas rugas e dobras são uma consequência das tensões compressivas que surgem quando as dimensões externas do fundo são reduzidas. Quanto menor o raio dos cantos ou a espessura da chapa, maiores são os problemas.
Com o desenho do molde aqui descrito, o material é cortado, a tampa é formada e, em seguida, é feito um enrolamento em um ângulo ao redor de todo o perímetro em uma única operação.
DESCRIÇÃO DO MOLDE DE CONFORMAÇÃO E DE ENGASTE
Baseia-se no princípio de dar forma à ondulação, aumentando as dimensões externas do fundo após o corte de molde. Desta forma, os esforços sobre a área de ondulação não são de compressão – como aconteceu nos casos mencionados anteriormente – de modo que a presença de rugas é eliminada.
As figuras 1 a 4 na seqüência abaixo mostram o princípio de operação deste molde formador e crimpador em uma única operação. Algumas partes da ferramenta têm características especiais em relação a uma ferramenta convencional, como por exemplo:
– As dimensões externas do centro da matriz são menores e têm um raio maior – 2 mm – do que o normal. (Raio R da figura 2)
– O anel ejector A – ou empurrador – actua sob carga elástica (Figura 1).
– Os interiores do punção e da matriz também são carregados por mola (Figura 1).
– O anel de engomar B tem uma ranhura especial C no seu bordo interior (Figura 2).
As sequências de trabalho da ferramenta, mostradas nas figuras 1 a 4, são as seguintes:
a.- Figura nº 1: Corte – No momento de cortar todas as partes “ativas” – em contato com a folha-de-flandres – estão no mesmo nível. O desenho do molde deve ser feito para cumprir esta premissa.
b.- Figura nº 2: O soco terminou seu curso e está no centro morto inferior. O fundo já está perfurado. No anel ejector A actuam as forças de um sistema de pressão elástico. Formou-se uma pitada no raio R do centro da matriz.
c.- Figura nº 3: O soco começa a subir. O fundo da ranhura C do anel de engomar B, entra em contacto com a aresta inferior da pré-curva inferior. Isto inicia a formação da ondulação, gerada pela acção do sistema de pressão do anel que actua sobre o anel de engomar.
d.- Figura nº 4: O raio do crimpado foi reduzido enquanto suas dimensões externas foram aumentando, forçando o material para fora. O anel ejetor A é colocado no mesmo nível do punção, completando a formação da ondulação.
O fundo acabado é levantado com o soco da maneira convencional e ejetado no centro morto superior do curso.
Desta forma, temos o fundo pronto para ser gomado, sem a necessidade de recorrer a um sistema de enrolar. A gomagem pode ser feita por qualquer um dos sistemas tipicamente utilizados: almofada, chuveiro …. tendo o cuidado de adaptar as ferramentas à largura real da carcaça do felino.
Este sistema, além das vantagens já descritas, tem outra importante: a melhor empilhabilidade dos fundos à saída da prensa, pois impede que se encaixem uns nos outros, o que é muito comum com as ferramentas convencionais.
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