SÍNTESE
Define a função do flange inferior na operação de fechamento de um recipiente, as diferentes formas do flange utilizado, como medi-lo e suas dimensões adequadas em relação ao fechamento utilizado.
FUNÇÃO DA ASA INFERIOR
A flange inferior tem a tarefa fundamental de fornecer o metal necessário para formar o gancho inferior durante o fechamento do recipiente. Esta não é a única função da ala, pois poderíamos listar várias outras. Podemos resumi-los:
– 1ª.- Fornecer material suficiente para a formação do gancho inferior no fecho.
– 2ª.- Permitir o empilhamento dos fundos em pilhas sem que estes se encaixem entre si.
– 3º – Para facilitar a alimentação unitária dos fundos nas máquinas de costura.
– 4º – Para alojar a junta de borracha que assegura a vedação do selo.
A asa inferior tem uma forma característica, embora admita diferentes variantes que veremos mais adiante. A Figura 1 mostra um exemplo típico do perfil de uma asa acabada, e o nome dado a cada uma das suas partes.
Figura nº1: Forma típica de uma asa inferior
No trabalho:
– Teoria de Fechamento Parte 1
Explicámos esta terminologia, por isso não vamos voltar a ela.
FORMAS DE ASAS
O flange recebe uma primeira configuração no molde da prensa, no momento do corte e do desenho profundo do fundo. Neste primeiro passo, a sua ondulação é reta e vertical. É terminado numa segunda operação na máquina de encaracolar, normalmente ligada à parte de trás da prensa, na qual a borda é virada para uma forma inclinada e para dentro. Os diferentes desenhos das asas que apresentamos, são sempre uma vez terminado o fundo, ou seja, depois de passar pela prensa, máquina de enrolar e máquina de colar.
As várias formas de asas que foram utilizadas desde o século XIX até aos dias de hoje evoluíram da seguinte forma:
1º – Asa plana
É o desenho mais antigo. A asa é horizontal e plana e a subsequente operação de enrolamento não é realizada sobre ela. Está quase fora de uso hoje. Ver figura nº 2.
Figura nº 2: Asa plana
Este tipo de flange tem certas vantagens, tais como: a prensa é de design muito simples e económico, não é necessária nenhuma máquina de enrolar e a instalação de fabrico é muito simples e barata.
No entanto, as desvantagens são mais graves, tais como: as tampas quebrando juntas, falta de empilhamento, dificuldades de manuseio, desgaste das ranhuras do rolo de vedação.
2º – Asa plana encaracolada
Substituiu a asa plana. É plana e horizontal, mas com uma extremidade encaracolada. Ver figura nº 3. É obtido de duas maneiras possíveis:
Começando de um fundo de asa plana e enrolando-o depois, antes ou simultaneamente à operação de gomagem.
-2º.- Utilizando um desenho mais complicado do que para o tipo anterior, que “preriza” a asa, acabando o encaracolamento na máquina de encaracolar.
Figura No. 3: Asa plana encaracolada
Tem a clara vantagem de ser empilhável e fácil de manusear. É ainda hoje muito utilizado, especialmente no caso de tampas e fundos de forma não redonda, pois facilita a execução do molde.
3º – Asa curvada simétrica
No momento do fechamento do recipiente, os dois projetos de asa anteriores apresentavam uma certa dificuldade para enrolar seguindo o perfil do primeiro rolo de operação, devido à sua forma plana e horizontal. Esta é a origem de alguns possíveis problemas como: aparecimento de rugas, deterioração do perfil do primeiro rolo de operação, etc. Portanto, há cerca de 40 anos, uma nova forma de asa com topo curvo começou a ser usada, o que melhorou estas deficiências. Ver figura nº 4
Figura No. 4: Asa simétrica curvada
A curvatura da asa é simétrica, ou seja, o centro do raio do seu cume está localizado no eixo vertical da asa e o raio interno – a área do cubo – e externo – a área da ondulação – da asa são os mesmos ou muito semelhantes. Este tipo é normalmente utilizado em embalagens de uso geral, especialmente em latas redondas para conservas de alimentos.
É obtido usando um molde mais complexo, que dobra a extremidade da asa em uma ondulação vertical. O topo do centro da matriz do mesmo tem uma forma curva que copia o metal quando é prensado.
4º.- Asa curvada assimétrica
A generalização do consumo de recipientes de bebidas trouxe consigo a conveniência de fazer um corpo mais perfeito e mais apertado para melhorar o aperto do fecho. Por esta razão, um novo tipo de flange foi projetado para melhor encaixar a boca do recipiente e sua flange. O uso também foi estendido aos recipientes de conservas convencionais. Esta nova asa tem uma configuração assimétrica, como mostra a figura nº 5.
Figura No. 5: Asa curvada assimétrica
Neste caso o raio interno é maior que o externo, e a borda da ondulação não tem parte reta, ou seja, termina em uma curva. Esta extremidade facilita a penetração do gancho inferior no fecho.
Em resumo, o uso mais comum destes diferentes tipos de asa é:
– Contentores não redondos: flange plana enrolada
– Recipientes redondos de três peças e inlays: asas curvadas simétricas e assimétricas
– Recipientes para bebidas DWI: flange curvada assimétrica
RELAÇÃO COM O TIPO DE FECHAMENTO
O tamanho da flange está relacionado com o tipo de fecho que queremos aplicar ao contentor. Quanto maior for o tamanho do fecho e dos ganchos correspondentes, maior será a flange, e o mesmo se aplica à flange do corpo do recipiente.
Existem sete tamanhos de fechamento padronizados, desde o menor (tipo 0III) até o maior (tipo IV). Os três primeiros são classificados como “mini-encerramentos” e os quatro restantes como encerramentos clássicos. Na tabela abaixo você encontrará estes tipos de fixadores e os tamanhos apropriados de flange inferior e flange de corpo para cada tipo de fixador.
TAMANHOS
Para poder definir o comprimento da asa, a primeira coisa a fazer é especificar como ela deve ser medida. Há duas maneiras de fazer isto:
1º – A mais antiga consiste em endireitar a ondulação e tornar a flange plana e horizontal, ou seja, convertê-la em uma flange plana. O seu comprimento é medido desde a parede da bacia até ao bordo exterior. Ver figura nº 6
Figura nº 6: Medida de uma asa (asa horizontal)
2º – Esta é a forma atualmente recomendada pelos padrões internacionais. Neste caso, a flange é colocada totalmente estendida, ou seja, a ondulação é endireitada, e em posição vertical, como uma extensão da parede do tanque. Ver figura nº 7. O seu comprimento é tirado do plano definido pela parte superior até à sua borda superior.
Figura nº 7: Medida de uma asa (asa vertical)
Em ambos os casos, apenas duas ou três pequenas secções da asa são achatadas, escolhidas a 180º ou 120º do contorno total do fundo e sobre elas é medida e tomada a média. Não é uma medida muito precisa.
Com o segundo procedimento, são obtidos valores de flange inferiores aos do primeiro, na ordem de 0,5 mm. Especificamente, a diferença entre os dois modos de medição é de 0,43R, onde R é o raio interior da asa – a área do cubo.
Como indicado acima, o comprimento do flange(La) é determinado pelo tipo de fecho escolhido e está relacionado com o flange do corpo(Lp) do recipiente. A tabela seguinte apresenta os valores habituais da asa(La) medidos pelo segundo procedimento
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