INTRODUÇÃO
Quando a relação diâmetro/altura é alta, é cada vez mais comum o uso de recipientes de repuxo profundo, ou seja, no caso de baixa altura do recipiente. Ainda mais, com o uso generalizado da tampa de fácil abertura. Existe uma forte tradição de embalagem de salsichas, especialmente no Norte da Europa e nos EUA. para produtos de carne e peixe. Nestes mercados, o alumínio, que tem melhores propriedades de desenho do que a folha-de-flandres ou o TFS, é utilizado para atingir maiores alturas de contentor.
Descrevemos aqui a experiência desenvolvida há algum tempo nos países escandinavos de fabricar recipientes de alumínio de repuxo profundo de certa altura em duas operações, utilizando ferramentas muito simples – e econômicas – e equipamentos convencionais. A técnica utilizada embeleza uma primeira operação sob a forma de vaso, de forma invertida, ou seja, com a litografia virada para dentro. A partir dela, é realizada uma segunda operação, na qual é alcançada a configuração final. Nesta segunda operação, além do recheio, o material em excesso é recortado.
Portanto, na segunda operação, esta técnica faz o material fluir na direção oposta. Os resultados foram positivos, e nas mesmas condições – material, espessura, taxa, etc. …. – foram conseguidas maiores profundidades de desenho do que com a técnica clássica.
Em suma, a vantagem desta prática é tripla:
1º – Obter maiores alturas de embalagens recheadas do que pela técnica tradicional.
2º – Utilizar ferramentas de construção simples e portanto econômicas.
3º – Utilizar equipamentos convencionais, ou seja, prensas de desenho simples.
DESCRIÇÃO DA FERRAMENTA E DO MÉTODO
Daremos um exemplo concreto para descrever melhor o sistema. O recipiente a ser fabricado tem uma capacidade de 200 ml, um diâmetro de 73 mm. e uma altura final de 58,5 mm. Designá-lo-emos como 73×58,5 de acordo com o uso geral. É concebido com um “passo na boca”, para permitir a extracção de produtos semi-sólidos – carne ou patês -, sem problemas com a flange que deixa a tampa fácil de abrir uma vez aberta. Ver desenho nº 1
A primeira operação, como já dissemos, tem a forma de um recipiente cilíndrico, com as dimensões indicadas no desenho não. 2. Nele, seu diâmetro é maior do que o recipiente a ser obtido e sua altura é menor. Para conseguir isso, é utilizada a técnica simples de desenho profundo, com um desenho muito convencional de matrizes. Ver desenho nº 3. Este desenho é simplificado, não mostra certas partes necessárias do desenho, tais como o sistema de baixa pressão e o anel aparador, que deve ser adicionado.
Usando alumínio adequado para desenho profundo com espessura de 0,26 mm, as dimensões básicas deste molde são mostradas no desenho nº 4. O material deve ser alimentado com o verniz interno voltado para o exterior, de modo que a litografia permaneça no interior do vidro.
O sistema de transporte para a segunda operação deve permitir o tombamento deste recipiente, para que ele seja alimentado para a segunda operação com a boca para cima. O design desta operação é também bastante simples. O desenho nº 5 reflecte o mesmo. Durante o desenho profundo, o material flui, invertendo a sua direcção, posicionando assim a litografia e o verniz interior na sua posição correcta. No final do curso do carro da prensa, o material em excesso é aparado na forma de um anel. As principais dimensões da ferramenta são mostradas no desenho nº 6.
Algumas considerações a ter em conta:
– Devem ser utilizados bons sistemas de envernizamento e impressão, adequados para o desenho profundo.
– Um sistema de deformação da imagem deve ser usado para o desenho da litografia. Ver ilustração nº 7 (Para mais detalhes ver a obra “DESIGN E DIMENSÃO DE LITERATURA E VARNES”).
– É necessário lubrificar o alumínio, é melhor usar lubrificantes líquidos do que ceras. Estes últimos, embora inicialmente possam dar melhores resultados, com o uso sujam a ferramenta.
– A qualidade das ferramentas, embora simples, deve ser alta em design, materiais, precisão e acabamento superficial.
– É melhor utilizar sistemas de baixa pressão, em ambas as operações, com base em almofadas pneumáticas. Garantem uma passagem de roupa mais uniforme e menos risco de quebra.
– É bom manter a folga entre as peças de enchimento – em contacto com o material – a um nível mínimo para reduzir o risco de rugas.
– A remoção do anel de corte na 2ª operação deve ser prevista de forma adequada. A sua separação da embalagem às vezes causa problemas. Há diferentes maneiras de conseguir isso, uma delas pode ser: rolar uma queda por gravidade das varas para os recipientes e os arcos, estas segundas cairão através das varas.
– A 2ª operação da prensa deve estar equipada com um sistema de alimentação de peças provenientes da primeira operação. É fácil de preparar um por meio de mecanismos pneumáticos.
Sorteio Nº 1
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Sorteio nº 2
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Sorteio nº 3
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Sorteio nº 4
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Desenho nº 5
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Desenho nº 6
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Desenho nº 7
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