Anfaco e Conxemar decidiram unir forças contra um inimigo comum. Ambas as associações. Têm uma boa razão para o fazer: a indústria dos produtos do mar (empresas de transformação de peixe e marisco, fábricas de conservas, fábricas de purificação…) foi deixada de fora do PERTE Agro-alimentar promovido pelo Governo e, em geral, dos fundos da Próxima Geração.
A culpa é precisamente da legislação comunitária que define a compatibilidade da ajuda no mercado interno, que exclui o sector das pescas e da aquicultura. Na sequência do anúncio, as organizações de empregadores esperam agora chegar a uma “excepção” para não serem excluídas e poderem participar nas chamadas acima mencionadas. Caso contrário, os investimentos previstos na digitalização, poupança de energia, redução da pegada ambiental ou, em geral, melhoramento da fábrica, ficariam seriamente comprometidos e chegariam a um impasse total. A este respeito, o presidente da Conxemar, Eloy García, disse: “Não se pode deixar de fora investimentos em sustentabilidade para todo um sector; não o compreendemos”.
As empresas da cadeia da indústria marítima só serão elegíveis para auxílios relacionados com I&D, ou seja, auxílios que já recebiam ao abrigo de outros programas existentes, mas não para novos auxílios.
A publicação no BOE, a 1 de Agosto, das bases regulamentares que estabelecem os requisitos para a concessão das primeiras ajudas Agroalimentario PERTE, com um orçamento de 500 milhões, estabelece que este sector é deixado de fora. Os empregadores da indústria conserveira, de processamento e de congelação estão confiantes de que uma solução legal pode ser encontrada.
Tanto Alonso como García descrevem a situação como “extremamente grave”. “Houve chamadas de parceiros porque há empresas que tinham projectos importantes em curso”, explica o presidente da Conxemar, que compreende que esta situação “conduz logicamente à paralisação dos investimentos”. Ninguém poderia ter imaginado isto”.
O PERTE Agroalimentario tem um orçamento inicial de investimento público de 1 bilião de euros até 2023, e um montante adicional de 800 milhões de euros. Dinheiro que está no ar para a indústria marítima.