Não há latas para conservas em Cuba. A empresa cubana ‘Los Portales’ é incapaz de produzir refrigerantes devido à falta de latas. A produção de refrigerantes domésticos em Cuba sofreu uma queda de 90% nos últimos três anos, devido à falta de latas. A empresa estatal, que é propriedade da multinacional francesa Nestlé, produziu apenas 25 milhões de unidades no ano passado, contra 278 milhões em 2019 e 112 milhões em 2020.

“Com o único fornecedor de latas disponível no mercado, contraímos uma dívida financeira elevada, pelo que não foi possível honrar essa dívida”, disse o director da empresa Los Portales, produtora de águas minerais e refrigerantes sob a marca Ciego Montero.

Especificamente, 55 por cento da produção de refrigerantes da empresa corresponde à linha de latas e os restantes 45 por cento a garrafas de plástico PET, em formatos de 1,5 litros ou 330 mililitros. “A partir de 2019, estamos a viver uma situação muito grave com a lata, uma vez que estamos em dívida devido a uma falta de liquidez no financiamento externo. Isto é o que significa que, de forma significativa, já não podemos continuar a trabalhar com esta linha”, confirma Montero.

Relativamente à possibilidade de procurar outros fornecedores ou linhas de crédito noutros países, explicou que o mercado de latas é monopolizado pelas multinacionais americanas, às quais Cuba não pode aceder devido ao embargo.

“Se eu tivesse agora dinheiro suficiente para comprar mais latas, o nosso fornecedor tem uma situação de produção limitada devido à escassez de matérias-primas como o alumínio. O outro mercado a que podemos aceder é a China, mas está muito longe e custa-nos muito mais”, sublinha.

No entanto, até 2022, Los Portales espera produzir 50 milhões de latas de refrigerantes, menos de metade do que foi alcançado em 2020, e uma produção total de 980.000 hectolitros. As maiores dificuldades da fábrica estão relacionadas com o aumento global do preço das latas e dos fechos de alumínio.