As latas de alumínio já substituíram as garrafas plásticas no fornecimento de água para os participantes dos grupos de trabalho e forças-tarefa do G20 no Brasil. A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), oferecendo uma solução sustentável para o consumo de água nas reuniões do G20 no país.


As embalagens de alumínio podem ser 100% recicladas e têm a menor pegada média de carbono e água entre todas as embalagens de bebidas. Serão distribuídas 100.000 unidades de água mineral de Águas de Lindóia, uma cidade no estado de São Paulo, Brasil.


O Brasil se destaca mundialmente em termos de reciclagem de latas de alumínio, atingindo índices muito altos a cada ano e mantendo uma média de mais de 97% nos últimos dez anos, evitando a emissão de 16 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. Em comparação, os países europeus reciclam uma média de 76% das latas, e os Estados Unidos reciclam 60%. Além disso, a reciclagem de latas de alumínio economiza 5.000 Ghz por ano, o que equivale a 1% do total de energia consumida no Brasil.


De acordo com Carlos Villanova, Coordenador Nacional de Logística do G20, “é mais uma parceria com foco na sustentabilidade, totalmente alinhada com as prioridades da presidência brasileira do G20. As embalagens de latas de alumínio são um símbolo universal da economia circular. Sua reciclagem contribui para a geração de emprego e renda e, portanto, para a redução da desigualdade social, um dos temas prioritários nas discussões do Grupo de Trabalho do G20”.


Cátilo Cândido, presidente da Abralatas, comentou que a iniciativa abre um precedente positivo para que a água enlatada se torne uma realidade mais frequente em eventos ao redor do mundo. “A água em lata apresentou um crescimento impressionante no Brasil, alcançando um aumento de 303% nas vendas entre janeiro e junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado”, explicou o executivo. “Ver a água em lata ganhar destaque em um evento da magnitude do G20 mostra que estamos no caminho certo, apresentando a lata de alumínio ao mundo como uma opção verdadeiramente consciente que ajuda a preservar o meio ambiente.” ele disse.



O problema do plástico
Uma das prioridades do Brasil no G20 este ano é a luta contra as mudanças climáticas, uma questão que tem sido discutida nos Grupos de Trabalho e na Força de Mobilização Global sobre Mudanças Climáticas, bem como em grupos de participação como o Oceans 20, que destaca a questão crítica da poluição plástica nos oceanos.


Um estudo inédito, coordenado pelo Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP) e pela Sea Shepherd Brasil, revelou que 91% do lixo encontrado no litoral do país é plástico. Com mais de 70% da superfície terrestre coberta por água, não se pode falar em um mundo mais justo e em um planeta mais sustentável sem dar atenção aos oceanos.


Na reunião ministerial do Grupo de Trabalho sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade Climática, realizada no início de outubro, os líderes dos países membros do G20 reafirmaram seu compromisso de reduzir significativamente a geração de resíduos por meio de iniciativas de economia circular, incluindo o uso de materiais altamente recicláveis, como o alumínio. O grupo reconheceu a necessidade de mobilizar recursos e parcerias para apoiar as nações do Sul Global a gerenciar adequadamente os resíduos e promover a eficiência dos recursos.


O documento também destaca a urgência de uma transição verde inclusiva e justa, por meio da criação de empregos de qualidade e da inclusão de trabalhadores informais, mulheres, comunidades locais e povos indígenas nas cadeias de valor da economia circular.