AEPA RECLAMA A ANTIGUIDADE DO ARRASTAMENTO DE LATAS EM ALGEZIRAS E A SUA PROTECÇÃO.

Mais de um século após a celebração do primeiro Arrastre, esta tradição tornou-se numa das festividades mais aguardadas da cidade, na qual participam dezenas de milhares de crianças e adultos com criações feitas a partir de latas recicladas. Todos os anos, as esculturas que alinham as ruas tornam-se cada vez mais impressionantes, e é organizado um concurso para premiar os mais originais e criativos.

Mas a origem do festival não é clara. Há três histórias que lançam luz sobre a origem desta festa típica da cidade. A mais conhecida é a lenda escrita no conto de Juan Ignacio Pérez El gigante Botafuegos. Na obra, o autor recupera a história de um gigante chamado Botafuegos que viveu em Algeciras. Ele não queria que as crianças recebessem presentes dos Três Reis, por isso acendeu uma fogueira para criar um fumo que cobrisse a cidade e impedisse Melchior, Gaspar e Balthazar de ver terra.

Naquele momento, as crianças de Algeciras saíram à rua para fazer barulho com as suas latas para guiar as suas Majestades do Oriente até às suas casas e assim evitar o nevoeiro criado por Botafugos. Outra história centra-se nos tempos de pobreza. As crianças de Algeciras ficaram sem presentes, por isso os seus pais disseram-lhes que os Três Reis tinham esquecido a cidade; por isso decidiram que todos os anos fariam um apelo, fazendo barulho nas ruas do município.

A última das três histórias mais conhecidas conta que foi uma forma de mostrar aos Três Reis que os seus brinquedos eram antigos. As crianças saíram para a rua para arrastar os seus brinquedos de lata e clamaram por novos brinquedos.

Um festival que durante anos foi quase esquecido e que no final dos anos 90 é recuperado graças à iniciativa do presidente da AA.VV Virgen del Carmen, Pascual Foncubierta, que se dirige ao presidente da câmara da cidade, Patricio Gonzalez, que lança esta celebração, embora no primeiro ano o mau tempo tenha manchado o arrastamento a que assistiram cerca de 300 pessoas, como explicou Gonzalez nos nossos microfones.

O presidente da AEPA, a associação de empresários do património de Algeciras, Roberto Godino salientou que se trata de uma celebração que remonta a 1900 e que existem documentos que o comprovam, para que no próximo ano possam celebrar o 125º aniversário. Precisamente para proteger este festival, a AEPA, a associação de empresários do património de Algeciras registou uma carta na Câmara Municipal de Algeciras, a fim de reclamar a autoria e antiguidade do tradicional arrastamento de latas de Algeciras.