O consumo de bebidas enlatadas na América registrou uma queda de 5 % no terceiro trimestre de 2025, enquanto o preço do alumínio subiu 54 % nos últimos dez meses. Esta combinação de fatores está impulsionando os fabricantes a explorar novos formatos e tamanhos de lata para se adaptar à queda nas vendas e às mudanças nos hábitos de consumo.

Crown Holdings reportou uma queda de 15 % nos volumes do Brasil e México, embora tenha observado uma recuperação nos envios em outubro. Seu CEO, Tim Donahue, explicou que o aumento do preço do alumínio foi repassado aos clientes sem afetar as margens absolutas e confia na recuperação dos volumes em 2026.

Por sua vez, a Ardagh Metal Packaging informou uma queda de 1 % interanual nos envios globais de latas. Na Europa, os envios cresceram 2 %, enquanto na América caíram 3 %, com uma queda de 17 % no Brasil. A empresa trabalha para adaptar suas linhas de produção a diferentes tamanhos de lata para responder às novas demandas.

As mudanças no mercado refletem um ajuste no consumo: quase metade dos americanos planejava reduzir sua ingestão de álcool no início de 2025, segundo a Circana. Empresas como a Molson Coors anunciaram cortes de pessoal e reestruturações, enquanto a Constellation Brands e a Heineken reportam quedas nas vendas e volumes, embora destaquem que as latas continuam sendo o formato preferido pelos consumidores.

No setor de bebidas não alcoólicas, empresas como a Coca-Cola apostam em novos formatos e mini latas, adaptando sua estratégia à pressão sobre a renda disponível e às mudanças nos hábitos de consumo. A empresa testou, por exemplo, pacotes duplos de Coca-Cola Zero Açúcar no Brasil e destacou que as mini latas já geram um bilhão de dólares em receita anual.

O setor continua buscando soluções para responder a variações econômicas, preferências de consumo e regulamentações, enquanto os fabricantes exploram inovação em formatos para manter a relevância das latas no mercado.